quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Parindo o amor - o resgate de um relacionamento com a própria mãe.


Mamãe querida:

Hoje completo 36 anos.
Quem merece os parabéns nessa data é você.
A 36 anos atrás você deixava de ser uma menina de 24 anos para virar uma leoa parindo seu pequeno bebê de 1700g.
Se hoje tenho alma de parteira e ajudo tantas grávidas, eu digo: você plantou a sabedoria do PARTO NORMAL em mim antes mesmo das pessoas falarem tanto nele.
Ainda me lembro o quanto você, mamãe, ficou triste quando eu te disse que nossa princesa Juliana havia nascido de uma cirurgia cesariana.
Na hora eu não entendia, me perdoa, eu tinha apenas 19 anos.
Depois entendi.
E só hoje reconheci todo esse amor.
"Não precisa cortar a barriga, bebês nascem de normal se a mulher esperar", cresci ouvindo você falar essa frase.
Eu lembro que você dizia ter sofrido no meu parto, mas lembro também que você sempre falava de mim como o seu ratinho pequenininho que precisava comer muito para ficar bem.
Você nunca me culpou, e pelo contrário, sempre sempre falou bem sobre partos para mim.
Parabéns mamãe.
Te amo muito.
Hoje completei 36 anos.
E acho que sempre é tempo de começar de novo.

x.x.x.x.x.x

Eu tenho  muitos problemas com minha mãe.
Acho que muitas tem problemas com suas mães.
Mas hoje parí o amor, tive uma "doula e parteira" ótima, na verdade a terapeuta Andrea Schiavi da Escola do Sonhar (gratidão, Andrea!)
Minha mãe me deu tudo o que poderia ter me dado.
A confiança no próprio corpo foi uma dessas coisas.
A crença na perfeição do corpo feminino foi outra.
E hoje eu vivo o que de mais puro ela poderia ter me passado.
Amo minha mãe.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Coletividade


As pessoas estão cada vez mais individualistas, ninguém mais pensa de forma coletiva como era antigamente.
Ninguém tem tempo para nada.
A vida hoje em dia é muito chata.
Sinto saudades de piqueniques descompromissados e festinhas sem cobrança.
Bolinho quentinho da vizinha.
Oi vizinha! Fiz lasanha, e lhe trouxe um pedaço, não precisa fazer a janta.
Saudades dos encontros na Igreja onde cada um levava um prato de doce ou salgado, e no fim do culto, todo mundo compartilhava.
Hoje cada um só pensa em si.
Ninguém leva nada, e quem leva...
Desculpa moça, o pedaço do bolo custa 5 reais.